Indagações Inteligentes?

O conceito de inteligência sempre me deixou encafifado. Ainda mais quando vejo pulular testes que se arrogam a capacidade de quantificá-la. O mais interessante de tudo isso é que esses testes dependem da inteligência de uns (dos que produziram os testes) para quantificar a inteligência de outros (dos que se submetem aos testes). Se o método de quantificação da inteligência tem de ser concebido por uma inteligência, então qual inteligência teria a autoridade de julgar a outra? Se um teste se diz capaz de quantificar a inteligência, então teríamos de criar um método para quantificar a “inteligência” deste teste, e outro para quantificar a “inteligência” do método, e assim ad infinitum.
Parece-me no mínimo estranho que a inteligência tenha a capacidade de quantificar sua própria natureza (quantificar-se a si mesma). Como a inteligência pode julgar a qualidade de um ato de inteligência? Se a inteligência se acha menos inteligente quando descobre que erra e mais inteligente quando descobre que acerta, então como pode saber se seus acertos não são erros que ainda não descobriu, ou se seus erros não são acertos que ainda não percebeu? Como a inteligência pode saber que não é inteiramente burra e que sempre cometeu erros que nunca percebeu?
Será que os criadores de testes de inteligência não são suficientemente inteligentes para perceber isto?

6 comentários:

Anônimo disse...

Sr Malaquias,
Posso dar um palpite? Uma trena de 1,50m, serve para medir comprimentos até 150 cm. dãã...
hipoteticamente o mesmo se passaria com alguém de "QI igual a 200": poderia medir inteligências até esse valor, caso elas sejam mesmo mensuráveis.
Compreendo e respeito suas colocações.... acho que nelas fala mais alto o humanista. No entanto, quando o Sr. se depara com uma grande estupidez, duvido que fique em crise filosófica em saber quem é o burro da história. É claro que é o outro. Essas digressões filosóficas em regra levam a armadilhas... eu aprecio a estética das argumentações mas prefiro ser pragmático. Aquela história de que a realidade é incognoscível, demonstrado por A + B, não me impede de viver e ter meus modelos muito funcionais sobre quase tudo.

Será que eu consegui dizer alguma coisa?!? Ser claro não é minha especialidade...

Anônimo disse...

já antevendo a espinafrada, vamos mudar a trena para um termômetro graduado até 100 C. Só mede tempreraturas até 100 C.

Anônimo disse...

Caro Sr. Anônimo,
Não foi espinafrada não! O que vc disse foi claro. Existem testes de QI que avaliam a inteligência até 120 pontos, 160, 180, e até acima de 200!
Mas, acontece que o teste de QI foi criado por um educador francês (aliás, um especialista em lógica formal) para avaliar a dificuldade dos alunos de uma certa escola em entender matemática. O teste tinha o objetivo de apontar os alunos que tinha problemas com lógica formal (isto é, não era um “teste de graduação da inteligência”, mas sim um teste para identificar alunos com deficiência em lógica formal). Acontece que esse teste caiu na mão de gente pretensiosa e até certo ponto ingênua (pois acreditavam que a inteligência humana se resumiria à lógica formal), e virou um teste de “graduação da inteligência”.
Não precisa ser muito inteligente para perceber que as perguntas contidas no teste de QI são dolorosamente incoerentes e até mesmo estúpidas. Murray Gell-Mann (prêmio Nobel de Física), em seu maravilhoso livro “The Quark and the Jaguar”, fala das idiotices contidas nesses testes. Só para citar um pequeno exemplo:
“Qual o menor número de retas que passaria por 4 pontos (dispostos como se fossem as 4 interseções de um quadrado)?”
Murray discorda que a resposta seja 2. Qualquer pessoa de bom senso diria 1 (basta utilizar uma reta de largura suficiente para cobrir os 4 pontos!!!). Murray chama a atenção para o fato de que uma reta (ou “straight line”) pode (em teoria) não ter largura ou ter largura (no mundo real).
Pegue qualquer teste de QI e o analise com atenção: praticamente todas as questões desses testes contêm erros crassos nos seus enunciados.

Anônimo disse...

Nem pensei que o Sr. fosse se dignar a responder... por isso a demora. A parte dos testes de QI que perguntam o próximo da série ou qual não pertence ao conjunto escapam dessa crítica. Concordo que exista muita besteira nesses testes - limites de quem os elaborou. Mas nada como saber o QI do antagonista numa disputa pra saber se vale a pena continuar ou não. Mesmo com erros, não tenho visto insofismáveis burros serem bem sucedidos nesses testes.
Eu acho que discutir com gente burra é humilhante... e a maior perda de tempo. E nem sempre se percebe isso de cara. E a platéia sempre toma o lado do mais burro, com quem, por razões óbvias, se identifica mais... Dupla humilhação. Gostaria que em tudo que se escrevesse constasse (como na revista caras, fulano, 46) Fulano, QI 165... Isso me diria (e a muita gente) se eu deveria ler ou não, perder meu tempo ou não. Já pensou um ensaísta com QI 110? Quem iria ler?!

Anônimo disse...

Tinha esquecido de comentar o que o tal Murray Gell-Mann (ainda vou ler) disse sobre a reta "grossa"... Quando eu estava no ginásio (eu sou desse tempo!) ensinava-se que o ponto não tinha dimensão, a reta não tinha espessura, etc.. Essa da reta com largura é dose. Pra não desperdiçar meu dinheiro espero que seja a única idiotice que o tal Murray Gell-Mann disse no livro dele.

lamyayantz disse...

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